sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sacada II (Essa é quase a vida que eu quis).

Muito estranho, parece que perdi a intimidade com o teclado, é pequeno. Pode ser isso. Estava acostumado com aquele teclado que quando digitado tornasse barulhento, grande. Esse aqui exige certa coordenação acertar as letras para se formar às palavras de pretensão do autor.

A cidade dorme, algumas luzes de natal insistem em piscar para um espectador tão entretido em sua função de voltar-se para dentro de si. Noto os desenhos criados pelos vizinhos de condomínios apenas quando paro e acendo um cigarro. Já algum tempo aqui e só estas palavras vieram à mente. Noite clara iluminada pela luz da lua. Fico em estado de inércia durante alguns segundos quando olho para baixo. A piscina, a quadra, o pequeno jardim e os bancos do condomínio ficam todos claros, um tanto azulados. Volto à cabeça em direção contrária e vejo um céu. Mas não é um céu qualquer, pois, é limpo, estrelas cravadas em seu fundo absoluto, um céu possuidor de toda a razão existente no nosso mundo. Nem parece São Paulo.

Ah, nessas horas a cama não está nada convidativa. Eu comprei até uma mesinha branca, miúda e redonda, para suportar essa máquina registradora do século XXI. Ela comporta também a caixinha metálica responsável por guardar e conservar os bastões de nicotina, um isqueiro, um copo de vidro e, por fim, o recipiente cilíndrico, - do mesmo material da caixinha -, que conserva a bebida gelada utilizada para brindar o primeiro dia, aliás, noite. Meu ateliê está pronto, renovado.

Vou começar a colocar fotos no blog, que possuam relação com os textos, obvio. Estava com vontade desde o início. No quarto eu não conseguia impedido pelo computador, não formatado desde 2004, com vírus. Sou negação com eles. Também colocarei vídeos, até mesmo os da faculdade, baners, layouts, no geral. Tudo aqui, na sacada.

Essa é quase a vida que eu quis/O mundo inteiro acordar e eu vou dormir/

Fui.

4 comentários:

Vinícius Vilches Vieira disse...

Pois é, olha que privilégio, o primeiro a comentar nesta postagem, me sinto lisongiado.
Agora o senhor é um ser envolvido pela tecnologia em um escrtório novo, 13 andares acima da superfície terrestre, com uma paisagem deslumbrante de cidade grande.
E olha só, vem o ano novo, começa uma nova vida "noturna", escrevendo, brisando, no seu caso, fumando, tomando uma breja, enfim, um novo capítulo da realidade; bem vindo mais uma vez!

abraço!

Deh disse...

Apareci outra vez por aqui.

Esses posts da sacada são lindos.
Quase pude sentir a brisa gelada da noite.
São lentos, suaves...
rs*
Não sei explicar direito o sentimento q ele me passou.
Mas foi bom.

bjos e ate mais.

Claudia Mello disse...

prometo ler com calma mais tarde. agora, só quero agradecer os comentários e lhe desejar um ano de 2009 com muita CORAGEM! ;)
suuuper abraço!

Marcelo Fabri disse...

Falei do Chico Buarque no comentário do seu post mais recente e falo aqui de novo: esse texto me lembrou a música "Samba e amor":

"Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?"

Esse seu atelier é o máximo. E o filtro que seus olhos olham pra cidade também é demais.

Abração