terça-feira, 19 de maio de 2009

Bom, depois de muito tempo resolvi aparecer. Muitas coisas aconteceram nestes últimos dois meses. Pode até não parecer, mas escrevi muito nesse tempo – não o quanto gostaria -, mas como tenho o hábito de descansar antes de estar cansado, acabo por não ter a mínima vontade de postar os escritos aqui. Sem contar o que foi produzido com papel e caneta, o que dá mais preguiça ainda.

Uma destas produções me chamou muito a atenção. Sentei na frente do computador para dar uma sapeada na net, sem nenhuma pretensão de escrever algo. Fuçando no orkut, e-mail, youtube, notícias e no blog dos outros... acabei por me deparar, não sei em qual blog, com umas poesias que me deram a sensação de tomar pedradas na testa. O nome desse genial poeta é Paulo Leminski, o estilo curto de se escrever também foi novidade para mim.

Então no mesmo instante, após ler dez, doze poesias de Leminski, abri o Word e comecei a despejar enxurradas de versos, no total quarenta poesias. Não com a mesma destreza de Paulo, mas, quem sabe, um dia chegarei lá, ou não...

Agora posto apenas quinze, pois ainda não é o momento de postar as outras. Espero que gostem.


*


A primeira vez se interessou
Da segunda adorou
Na quinta chorou
Na vigésima se internou


*


conheço o mundo
como a palma
do menor anão
que pode haver
no mundo


*


À noite me traga como um grão
por mais que eu não tente
não queira
ela, com tudo, me joga no chão


*



procuro
poesia
perfeita
para
parar
prefeito de
proferir falsas
profecias.


*


Às vezes hesito na palavra falada
peco por isso
mas exagero na palavra escrita


*


falo o que penso
calo o que falo
calo para falar
falo para pensar


*


Seios como sois lindo
olho e toco em vocês
sempre sorrindo!


*


passo os dias
como passam as horas
vejo as vistas
como as vejo lá fora


*


alma condenada
de mentor insano
regurgitar profecias
esse é meu plano


*


O jeito é fazer
o que não deve ser feito.

*


saio de mim
para viver
sem ter fim


*


Vinte e alguns anos
cheio e vazio de planos
vivendo como se fosse morrer
sempre até o dia amanhecer


*


Já não entendo direito
as palavras dos sujeitos
movem-se goela fora
tudo da boca pra fora
pra fora da boca
partindo do peito


*


Dormira para acordar
acordara para trabalhar
trabalhara para ganhar
ganhara para sustentar

contas a pagar.


*

penso em silencio
de tão alto fico surdo
castigo o papel
com poemas miúdos.

10 comentários:

Andréia Manrique. disse...

gosto tanto das poesias do Leminski,
e gostei muito das suaas também!
não pára nãoo e depois posta as outraaas, posta?
diz que sim! hahaha
aquelas chatas..

beijos meu amor.

Zuchetto disse...

Que tudo...

Já tinha ouvido falar de Leminski mas não me lembro de ter lido algo dele...

Adorei o novo estilo... Não... Não diria estilo... Talvez uma uma faceta sua como escritor...

Escrever é um vício... De em tempos em tempos é necessário um certo afastamento para desintoxicar... rs...

Adorei!!!
Mais uma vez, PARABÉNS!!!


Beijãozão...

Anônimo disse...

O seu "não fazer nada" no blog se traduziu num verdadeiro:

Ócio Criativo!


Somos parecidos, sabe?!
Pois, o "estilo" também me agrada.

Show!!!

Abraço grande,

Rodrigo - Natal/RN

Deh disse...

Gostei muito das suas poesias.
Curtas, rapidas e com um jeito espontaneo.

Gostei mesmo.

Posta as outras tambem. De 40 é ate uma maldade nos mostrar apenas 15.

bj bj

Alanyson disse...

Bom, são versos "soltos", que dizem tanto a respeito de sua Vida. Um pequeno mapinha de um pedacinho de você.
Não sei o que dizer... Somente que Senti seus versos.

etc.

Débora (prima) disse...

Passei por aki...
Adorei!

Bjoo
TE AMOO

Marcelo Fabri disse...

Muito bom você voltar!
Passe lá no meu blogue. Coloquei dois programas de rádio qeu fizemos na faculdade.
Abração

Anônimo disse...

Diz, meu!

Já tá deixando Natal, hein?!?

Posta umas fotos da Lagoa de Pitangui ae.

Abraçaum!


Rodrigo Oliveira

Unknown disse...

A vida é feita de escolhas, nem sempre decentes... O mundo pode ser grande ou se vc desejar muito pequeno, assim como as pessoas que conhecemos ao longo da vida.
Um dia acordei e decidi sair de mim. E qndo me dei conta estava amando algo que não era meu, desejando alguem que de alguma forma não era meu por completo.
Então fiz muitos planos, tentei fugir, mas foi melhor encarar de frente, colocar um ponto final onde eu gostaria que fosse uma vírgula.
Peguei o telefone no desespero de tentar voltar atras, mas, já era tarde. Palavras ditas, decisões tomadas, caminho trilhado.
Algo vem vindo, de muito novo infelizmente ñ consigo definir oq é. E é no silÊncio onde se escuta as verdades mais dolorosas, pensei em escrever a respeito, mas já era tarde. Nem sempre é tarde para tudo qndo vc não tem nada. Mas hj é tarde para quem um dia ja teve muito.
Obrigado pelo seu carinho, seu respeito e sua compreensão. Por muitos momentos vi uma esperança de q nem só de pão vive o homem e que o amor é inesplicavel, qndo vem e se vai. Obrigado por fazer de uma parte da minha vida inesquecivel.
Te adoro, ñ pra sempre e sim...
Te adoro HOJE, AMANHÃ E DEPOIS.
Sem medo de errar e com conciencia plena de td que ainda ficou, um pouco de vc dentro de mim.
Obrigado pela amizade e as boas risadas, momentos malucos q se um dia lembrados, só nós iremos entender, assim como da primeira vez que te vi, que te abracei e te beijei.
Muitos beijos, mesmo q ñ mas ao me lado, seja feliz o resto é consequencia, plantando ou não, sempre a uma sombra para se sentar e um ombro para chorar.
Que muitas conquistas venham, assim como da vez que vc me conquistou.

Carolina Ferreira

alanyson disse...

Eu gostaria de deixar uma "mini-poesia" que fiz... lembrei das suas... e resolvi compartilhar...:

Por nada

Eu me apeguei a nada e fiz disso o meu tudo
E como tudo sempre acaba, eu permaneço com nada.