Bom, depois de muito tempo resolvi aparecer. Muitas coisas aconteceram nestes últimos dois meses. Pode até não parecer, mas escrevi muito nesse tempo – não o quanto gostaria -, mas como tenho o hábito de descansar antes de estar cansado, acabo por não ter a mínima vontade de postar os escritos aqui. Sem contar o que foi produzido com papel e caneta, o que dá mais preguiça ainda.
Uma destas produções me chamou muito a atenção. Sentei na frente do computador para dar uma sapeada na net, sem nenhuma pretensão de escrever algo. Fuçando no orkut, e-mail, youtube, notícias e no blog dos outros... acabei por me deparar, não sei em qual blog, com umas poesias que me deram a sensação de tomar pedradas na testa. O nome desse genial poeta é Paulo Leminski, o estilo curto de se escrever também foi novidade para mim.
Então no mesmo instante, após ler dez, doze poesias de Leminski, abri o Word e comecei a despejar enxurradas de versos, no total quarenta poesias. Não com a mesma destreza de Paulo, mas, quem sabe, um dia chegarei lá, ou não...
Agora posto apenas quinze, pois ainda não é o momento de postar as outras. Espero que gostem.
*
A primeira vez se interessou
Da segunda adorou
Na quinta chorou
Na vigésima se internou
*
conheço o mundo
como a palma
do menor anão
que pode haver
no mundo
*
À noite me traga como um grão
por mais que eu não tente
não queira
ela, com tudo, me joga no chão
*
procuro
poesia
perfeita
para
parar
prefeito de
proferir falsas
profecias.
*
Às vezes hesito na palavra falada
peco por isso
mas exagero na palavra escrita
*
falo o que penso
calo o que falo
calo para falar
falo para pensar
*
Seios como sois lindo
olho e toco em vocês
sempre sorrindo!
*
passo os dias
como passam as horas
vejo as vistas
como as vejo lá fora
*
alma condenada
de mentor insano
regurgitar profecias
esse é meu plano
*
O jeito é fazer
o que não deve ser feito.
*
saio de mim
para viver
sem ter fim
*
Vinte e alguns anos
cheio e vazio de planos
vivendo como se fosse morrer
sempre até o dia amanhecer
*
Já não entendo direito
as palavras dos sujeitos
movem-se goela fora
tudo da boca pra fora
pra fora da boca
partindo do peito
*
Dormira para acordar
acordara para trabalhar
trabalhara para ganhar
ganhara para sustentar
contas a pagar.
*
penso em silencio
de tão alto fico surdo
castigo o papel
com poemas miúdos.
*
saio de mim
para viver
sem ter fim
*
Vinte e alguns anos
cheio e vazio de planos
vivendo como se fosse morrer
sempre até o dia amanhecer
*
Já não entendo direito
as palavras dos sujeitos
movem-se goela fora
tudo da boca pra fora
pra fora da boca
partindo do peito
*
Dormira para acordar
acordara para trabalhar
trabalhara para ganhar
ganhara para sustentar
contas a pagar.
*
penso em silencio
de tão alto fico surdo
castigo o papel
com poemas miúdos.